terça-feira, 31 de maio de 2011

Discussão do regimento




Acima fotografia tirada pela colega Ana Rojas.
Temos promovido espaços para discussão do regimento, no entanto os últimos encontros estiveram carentes de mais colegas presentes.
Fiquem atentos às datas dos novos encontros, a serem divulgadas em breve.

sábado, 19 de fevereiro de 2011


O SUS é mais bem avaliado por quem o usa - Elio Gaspari

O Ipea descobriu que 30,4% dos clientes do SUS estão satisfeitos e 80,7% louvam o programa Saúde da Família

DEVE-SE AO economista John Kenneth Galbraith a expressão "sabedoria convencional" para designar alguma coisa que as pessoas acham porque outras pessoas acham. Por exemplo: se a África está atolada em ladroeiras, golpes e miséria, como Botsuana está na África, Botsuana está ferrado. Erro, esse é um caso de ignorância convencional. Em 30 anos, o país cresceu a uma média superior à da China, Coreia ou EUA. Sua renda multiplicou-se 13 vezes e seus cidadãos tornaram-se mais ricos que os tailandeses, búlgaros ou peruanos. (Mais exemplos no livro "The Rational Optimist", de Matt Ridley, US$ 12,99 no e-book.)
Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revelou que a percepção de que a rede de saúde pública brasileira é um desastre tem um perigoso ingrediente de ignorância convencional. O SUS não é nenhum Botsuana, mas 30,4% dos entrevistados que buscaram seus serviços ou acompanharam um familiar no último ano avaliaram-no, de uma maneira geral, como bom ou muito bom, enquanto 27,6% consideraram-no ruim ou muito ruim. O índice de aprovação do SUS fica na mesma faixa onde estão os serviços financeiros, aéreos e de telecomunicações.
Propagando a ignorância convencional, 34,3% dos entrevistados que não tiveram experiência alguma com o SUS acharam-no ruim ou muito ruim, e só 19,2% consideraram-no bom ou muito bom. A visão catastrofista está mais em quem não usa o serviço do que naqueles que o usam. Essa tendência já foi detectada há tempo e pesquisas do Ibope informam que ela ocorre também nas áreas de transporte e educação. Palpite: quem não usa um serviço que atende ao andar de baixo sente-se recompensado ao achar que ele não presta, pois custa-lhe dinheiro fugir da rede de atendimento da patuleia. Julga-se protegido, mesmo suspeitando que o plano de saúde poderá desová-lo na rede pública quando seu tratamento for mais caro. Esse pode ter sido o caso do cidadão que a seguradora Porto Seguro, amparada pela Agência Nacional de Saúde, remeteu ao SUS para receber (de graça) uma dispendiosa droga contra artrite reumatoide. Ele, que paga R$ 8.000 mensais no seu plano familiar, argumentou: "Eu não vou ficar em fila de SUS nem morto".
Avaliando cada ramo dos serviços utilizados, os números do Ipea dizem mais: 80,7% dos entrevistados atendidos pelo programa Saúde da Família consideram-no bom ou muito bom; 69,6% dos clientes do serviço de distribuição de remédios gratuitos deram a mesma boa opinião. A avaliação positiva do atendimento por médicos especialistas ficou em 60,6%. Na rabeira, com 48% e 45% de aprovação, estão as emergências e os postos de saúde, considerados ruins ou muito ruins por 31% dos entrevistados que os utilizaram.
Mesmo sabendo-se o risco que há em qualquer comparação de pesquisas, os números do Ipea colocam o SUS num patamar um pouco melhor que o do sistema público e privado americano (o que não chega a ser um elogio) e um pouco pior que o austríaco. Na Alemanha, 14% dos entrevistados acham que a área da saúde pública precisa ser completamente reconstruída, enquanto 38% acreditam que alguns ajustes seriam suficientes.
Se a freguesia do SUS botar a boca no mundo toda vez que for mal atendida, ele melhorará. Se baixar a cabeça, achando que "é assim mesmo", piorará. Em qualquer caso, não é justo que se tenha uma má opinião de um serviço público a partir do juízo de quem não o usa.
Serviço: a pesquisa do Ipea está, na íntegra, em seu portal.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dia 11/02/2011 em Santos/SP

Iniciamos o dia com uma aula dialogada sobre Avaliação com o Prof. Juarez. Nesta aula, o professor usou como uma das referência seu texto: Avaliação de Programas e Serviços in Campos, GW et al (orgs) Tratado de Saúde Coletiva, São Paulo: Hucitec, 2006. Estavam presentes os colaboradores Fernando Kinker e Stella Chebli e os demais participantes das cidades envolvidas.

No período da tarde Renato Milsoni, do Projeto Cooperação, veio trabalhar a integração do grupo, para que possamos construir um trabalho coletivo calcado na cooperação, tolerância à diferença e na descontração. Foi uma tarde muito gostosa, que possibilitou boas e complementares discussões e excelentes resultados.

Renato apresentou uma proposta de contrato para as discussões do grupo, intitulado:


REGRAS DO DIÁLOGO

(David Bhom)


  • Diálogo é diferente de discussão e debate;

  • Falar na primeira pessoa: “ EU penso que...”

  • Abertura para ouvir;

  • Incluir....tudo!

  • Circular a palavra ( evitar a réplica, tréplica)


Após usar várias dinâmicas, finalizou nos perguntando sobre o que esperávamos deste Curso. E nos alertou para que cada se aproprie e seja o guardião da sua expectativa. Assim, podemos construir o Real mais próximo do Ideal. E este foi o resultado:

  • Espaço para troca de experiências;

  • Objetividade;

  • Atividades de aquecimento;

  • Construir uma ferramenta útil;

  • Nos organizarmos para estar bem no dia;

  • Parâmetros para definir metas;

  • Que ajude a mudar as normas/legislações

  • Fazer a interface do curso com a rede;

  • Troca com os “outros” atores;

  • Acolher as experiências dos outros sem julgamentos;

  • Fortalecer uma comunidade de “CAPSCIANOS” com encontros regulares;

  • Respaldo/apoio dos gestores;

  • Olhar também para o coletivo;

  • Sensibilizar equipes para o que é/são os CAPS (princípios, características...);

  • Dialogar sobre a evasão do familiar-cuidador;

  • Incorporar outras pessoas;

  • Aprender com leveza;

  • Com-partilhar minhas vivências;

  • Saber como aplicar o que aprendemos aqui;

  • Assumir a nossa co-responsabilidade;

  • Compromisso com o que vem depois do curso;

  • Cumprir as tarefas;

  • Igualdade na troca de saberes;

  • Abertura...acolhimento;

  • “A REFORMA DA REFORMA”

  • Celebração